Referência Obscura

Scott Pilgrim é uma série de HQ canadense bacaninha que será o assunto desse post.

Por onde começar... Bom, Scott Pilgrim é POPULAR. Me dá uma razoável NERD RAGE quando eu vejo pessoal chamando Scott Pilgrim de HQ independente alternativa obscura, porque putamerda... Eu acho que esse negócio deve ser uma das HQs mais vendidas do momento, só ficando atrás de Watchmen. Caralho, vão lançar até um filme no ano que vem.

Enfim, não quero ser poser dizendo aqui que já tinha ouvido falar do autor, o Bryan Lee O'Malley, antes de Scott Pilgrim. Porque eu sou um nerd fedorento que fica ligado demais nas putices envolvendo webcomics... De certa forma, o autor fazia webcomics. É complicado pra explicar aqui. Mas eu nunca tinha lido nada dele antes... Na verdade ele parece que sumiu da internet por um tempo (Pra mim) e anos depois voltou a aparecer com o Scott Pilgrim. Quando eu ouvi falar de Scott Pilgrim pela primeira vez essa série já estava no segundo volume. Mas hã... Eu nem fui conferir o negócio direito porque... Não tinham escaneado a coisa pra piratear ainda. Mas eu vi algumas páginas e a primeira impressão que tive é que era um negócio chato metido a witty. E os fãs de Scott Pilgrim no geral soam gays pra caramba... E os desenhos à primeira vista... Bom, acho que NINGUÉM simpatiza com os desenhos de Scott Pilgrim à primeira vista. Olhe pra esses sorrisos.

Quem gosta de mangá, olha e acha que o cara tá forçando demais um look mangá sem ser mangá de verdade. E quem não gosta pensa mais ou menos a mesma coisa também só que bom... Deu pra entender. Aliás, se um dia eu for pego por aí lendo um livrinho de Scott Pilgrim eu nem me perturbaria em dizer que o que eu tô lendo não é mangá. Lendo online não dá pra perceber direito eu acho mas o layout é muito mangático.

Eu sou tão filho da puta, fiquei só rodeando até agora e nem falei do negócio MESMO até agora. Er, então quando resolveram finalmente escanear Scott Pilgrim eu até baixei mas não li o negócio direito e até o fim.

Scott Pilgrim 1 é chato. O Cloud é um anormal e leu esse primeiro e gostou. Cloud é doente, por isso que eu recomendei Blankets pra ele. Mas tá por alguma razão (gayzice provavelmente) eu resolvi ler até o final num dia... Acho que eu tava entediado. Acho que eu queria ler até o final pra poder criticar melhor. Não sei, mas enfim, digamos que o final é bem ABSURDO. Soa um truque barato pra fazer você ir ler o próximo mas er... Não é bem isso. O tom de Scott Pilgrim muda completamente a partir daí.

Muitos críticos de HQs (Sim, existe isso) adorou Scott Pilgrim ATÉ ESSE FINAL. O final foi odiado com todas as forças na época. Mas acho que com o resto dos volumes o pessoal entendeu qual é a da parada.

Então toda vez que eu recomendo Scott Pilgrim eu falo pra ler o primeiro e o segundo pelo menos... Pra ter uma idéia um pouco melhor do que se trata.  O segundo tem um problema de ser levemente confuso... Por quê? Porque o bagulho tem um monte de personagens e eles nem tem um design único o bastante pra você identificar e lembrar de cada um.

Ah é, eu não falei sobre o que é Scott Pilgrim... É sobre relacionamentos. E videogames... Bom, é diretamente e indiretamente sobre videogames, acho. É complicado. Eu sou um cuzão que não vai explicar isso pra você. Mas er, é... Basicamente então é sobre relacionamentos amorosos.

<3

Uau, essa capa ae me perturba. Mas eu acho o volume 3 o ponto alto da série. Não que o resto seja ruim, é bom ainda mas é que o 3 é o melhor na minha opinião. Então, o assunto "relacionamentos amorosos" faz muita gente rolar os olhos pra cima. Assim ó e_e. Principalmente quando o negócio é popular assim, dá uma impressão de... NOVELA. Mas enfim, o problema não é o assunto, é como é tratado, certo?

O começo desse volume é em cores. Acho que ninguém gostou desse começo em cores. Ficou... Estranho. Olhando as capas dá pra ver que teve uma evolução nos desenhos. Scott Pilgrim tinha um visual meio "sujo" próprio no começo mas depois foi perdendo... Muita gente elogiava isso, chamava de genialidade do autor e tal, mas eu acho que com o tempo ele aprendeu a usar o material melhor e os desenhos começaram a ficar muito mais limpos. E o pessoal que elogiava ele por isso deve ter quebrado a cara, lol...

Essa capa é brilhante. Bom, pelo menos a primeira edição é brilhante pelo que sei, parece que não é mais. O 5 é o penúltimo, e começa a preparar um final pra série. O próximo que irá lançar no ano que vem, o 6 será o último. Que nem Harry Potter acho. E é engraçado ver como aqui os personagens estão bem mais redondos do que quando começaram.

Enfim, porque Scott Pilgrim é bom e vale a pena ser lido? Não sei. Tem crítico que chama Scott Pilgrim de VOZ DE UMA GERAÇÃO, a geração videogame sei lá. akjfakghsejhtjeh, como é idiota falar uma merda dessas, me senti mal por digitar isso aqui.

A verdade é que é só divertido. Scott Pilgrim de longe soa pretensioso assim. Talvez soe um pouco forçado nos diálogos witty e talvez isso melhore ou isso acostuma. Assim como os desenhos acostumam? E na verdade o autor é competente pra caralho. A narrativa é boa e única, no primeiro volume parece meio meh, mas com o tempo você fica tipo "Uau, esse cara manja dessas bostas ae". As influências mangáticas de Scott Pilgrim são influências influenciadas do JEITO CERTO, tá ligado? Não é tipo atolar os desenhos com retículas e desenhar gotinhas nos personagens quando ficam sem jeito.

E denovo falando dessa coisa de ser pretensioso... Scott Pilgrim é até... Hã... Meio... PROFUNDO às vezes... Nas entrelinhas. Ele tenta dizer algumas coisas sem em momento algum apontá-las diretamente na sua cara, é uma coisa que você pode ir reparando... Do que diabos eu tô falando? É uma espécie de desenvolvimento dos personagens ae, a situação deles. Tente ler reparando nisso...

Mas então pra terminar esse post idiota e sem nexo... Esses dias eu ganhei o ACHIEVEMENT de ler todas as bostas publicadas desse autor! Uau. Eu li Lost At Sea, uma HQ que ele publicou antes de Scott Pilgrim. Como o primeiro Scott Pilgrim é bem fraco em vários pontos eu achei que Lost At Sea seria meh. Ei, falar meh é muito menos nojento do que falar medíocre, ok?

Mas nem é. POR UM CERTO PONTO DE VISTA é melhor até do que os Scott Pilgrim. Eu acho. Primeiro assim... Scott Pilgrim sempre me deu a impressão de que o autor tenta desenhar num estilo "bonitinho" e pra falar a verdade... Ele não consegue muito. :/ Mas aqui o estilo é bonitinho de verdade (É longe de não ter defeitos, mas eles nem aparecem tanto quanto em SP1). E a história... Bom, quando você lê a sinopse dá a impressão de uma merda super-pretensiosa e fail. Meu vocabulário tá uma bosta, eu sei.

Mas denovo, não é! Não sei, é tão pretensioso quanto ler um diário de uma garota? Isso nem é pretensioso pra mim. Chega de falar pretensioso pretensioso pretensioso pretensioso pretensioso pretensioso pretensioso pretensioso pretensioso pretensioso

Tem poucos personagens, é um volume só, e é um monólogo praticamente. Ok, travei aqui. Eu não sei como vou elogiar o negócio. Eu poderia ser um viado e falar "Ai, é uma coisa pessoal que tocou" mas não, vou falar que é um monólogo poderoso. Falar isso é fazer hype, mas foda-se. O fato é que essa é a história parada mais legal que eu já li.

Você pode encontrar todos os Scott Pilgrim pra download na internet facilmente. Lost At Sea eu nunca encontrei, então... Se encontrar poste o link nos comentários aí por favor, obrigado.

Esses dias o Zeza teve uma idéia super-ultra-special gay ae. O CLUBE DO FILME.

É tipo clube do livro, em que o pessoal se reúne pra combinar pra lerem um livro e se reunir uma vez por semana na casa de alguém pra discutir o livro, comer bolachas e tomar chá.

Mas a gente vai fazer isso... Assistindo filmes... Em tempo real... Na internet. Uau. Hoje de madrugada eu e o Seph tentamos fazer isso assistindo um filme ae, DURO DE MATAR. Porque a gente é macho e assistimos filme de macho.

Por alguma razão nos últimos tempos os críticos de graphic novels* andam elegendo autobiografias  como "OMG MUST READ!". Vocês sabem... Blankets de Craig Thompson? Fun Home de Alison Bechdel? Não conhece? Ganharam um monte de prêmios aí... Mas eu não recomendo não. O primeiro tem bons desenhos, boa arte, saca? Mas é a autobiografia mais sem finalidade que já vi. E no segundo todo mundo tem tipo as mesmas caras (Eu odeio desenhista que faz isso) e eu defino a história como um grande meh. Se você é metidão a analisar pessoas através de suas obras, tipo o Freud que leu Kafka e gritou ae "ESSE SUJEITO TEM PROBLEMAS COM O PAI!", vai fundo que Fun Home é superlegal pra isso...

Ah, tem também Maus de Art Spiegelman eu acho. Nunca li... Acho que tem um certo limite pra histórias do holocausto que uma pessoa já assistiu/leu, o meu já passou. Mas talvez seja bom, vai saber... Eu não li.

É um bom exemplo do que o TVtropes chama de Adaptation Distillation. Daqui a pouco eu falo mais disso.

É um filme em desenho animado recente, de 2007. Rá aposto que você achou que era de 1930 pelo tiro de tela né? Porque está em preto e branco. Rá rá rá rá. O áudio original é em francês, é génial, você deve assistir em francês mesmo com legendas.

A história é sobre uma garota iraniana. É bom você assistir pra depois se sentir uma pessoa de cultura. Porque aí você vai entender mais ou menos o que aconteceu no Irã, seria um filme perfeito pra professor de história passar na aula. Tirando que foda-se história do Irã, não é matéria de vestibular mesmo.

Mas então, voltando pra HQ. A HQ não é tão boa porque er... Não tem bons desenhos. Não clique nesse link, contém spoilers... :D Nossa, como é idiota tentar editar links no modo visual, de repente eu tô sacando porque certas pessoas desse blog que eu não vou citar o nome tiveram dificuldade com isso.

Então, não quero parecer ser um elitista cuzão que se acha no direito de criticar os desenhos dos outros quando os meus próprios desenhos são uma merda, MAS JÁ QUE TÔ PARECENDO MESMO lá vai: Marjane Satrapi, você fez faculdade de arte e tal, você devia ter habilidades desenhísticas melhores, coé.

Eu li numa resenha de algum brasileiro por aí uma vez que comparou os desenhos dela com os daqueles gibis de nordestinos. Eu esqueci o nome disso. Ele fez essa comparação pra elogiar ou sei lá, mas o negócio é o seguinte minha cara Marjane Satrapi: Os nordestinos não fizeram faculdade de arte.

Não entendam mal, não é ruim. Muito menos horrível como certas webcomics que eu já vi que tem desenhos tão ruins de podres que te dá vontade de arrancar os olhos (Sem querer ser dramático). Mas é que... Sei lá. Marjane Satrapi, você fez faculdade de arte, coé. Você devia ser melhorzinha vai.

Ok, eu estou sendo chato com os desenhos da HQ. No filme é muito melhor, os desenhos são muito mais elegantes. O maior problema mesmo com a HQ é que ela perde muito o ritmo... Tô falando vagamente assim pra não spoilear, mas é isso mesmo. A autora começa a perder tempo contando um monte de coisa chata que não interessa e que até começa a ficar meio mal pra ela. Acho que a turminha que odeia Persépolis mesmo ou que pelo menos diz que o negócio pula o tubarão no meio é o pessoal que leu a HQ. Enfim, denovo no filme não tem isso. Os caras só deixaram o melhor no filme. Mesmo. De fato, Adaptation Distillation.

Então é isso, assista o filme quando tiver um tempo livre. É bacana. Mas não compre a HQ. Se quiser leia, eu empresto pra você de graça, só vir aqui em casa. Mas nem acho que vale a pena.